terça-feira

Tô nessa.

Na onda do útil, claro e simples.
(se você se contentar com isso)

As combinações de palavras
Que saem de mim
Saem porque não cabem
E quando aqui se encaixam
Ou se estranham
É para fazer ver
A quem quiser
Até onde se pode ir

Então eu tô nessa
Sambando entre o óbvio
O esquecido
E a surpresa,
Depende da sua busca.
O que você quer?

Já é hora

Já é hora
De tirar a poeira dos ombros
De pôr a roupa certa
Aquela que é a minha cor
E meu tamanho
Agora


Ando no ritmo que meus pés aceleram
Por vezes na contra mão
Acompanhada ou só
E sempre descalça


O destino de quem passeia
Pode ser indefinido
E isso não é o mesmo
Que estar perdido

Posso parar durante horas no caminho
Que o destino se torna a própria viagem
E se aqui tá bom pra mim
É cá que eu paro
Até que não seja mais assim
E aí eu fui


É menos tchau
E mais até logo
São menos papéis
E mais sabor
Cansaço, cores, vida, amores
E aí eu fui.

Vidro

Sempre sem saber bem porquê
Mas cheia do que dizer
Mais uma vez insisto em te explicar
O que é estar junto, sentir, ficar
Como se tivesse algum sentido
Te tomar pela mão e seguir
Enquanto você se distrai
Assistindo qualquer cena
Pena.


Estourado coração, que lá dentro
Foi deixado e misturado com qualquer resíduo
Meus ouvidos distorcem tudo que este tentou mostrar
E mais uma vez me vejo a te ensinar, mostrar, sorrir
Sem perceber que o dia passou
E cá estou entorpecida
Exausta de uma batalha que nem me cabia
Que comprei pagando com pele, tripas e saliva


Mas de dentro sempre vem algo que diz
Mesmo que eu não quisesse
Esta dor esteve sempre a me molhar os olhos
E dizer que de nada vale
Lutar só e querer transformar
Areia em vidro, água em vinho
O que for
Enquanto ele não quiser
Achar de si o melhor.