Aquilo que eu atiro
E te acerta,
Que te arranca lágrima ou riso,
Te faz retrucar ou desatar,
É para ser sentido
O sentido que te faz.
Quando algo te digo ou faço,
Seja para que ria ou enxergue,
Pode ser recebido sem peneira
E inteiramente saboreado,
Mais do que pensado,
Para que não engula a parte pesada
Ou a que não te encaixa.
Não é porque te foi dado
Que se deve de todo abraçar.
Por isso jamais se permita
Passar por azia ou congestão,
Porque sempre será sua escolha
Soltar ou não.
Essa é a guerra que se faz
Que movimenta caos, explosões, desabafos...
Quando se caminha ao lado,
Não se nega atrito, lenço ou abraço.
O que adoece
É tratar com indiferença a si e ao outro.
O que apodrece
É se calar e confundir
Silêncio com paz.