Mãos de terra em meu corpo
Terra seca.
E algum fantasma de carne sobrevoando tudo
Mas só eu o vi.
E ele só me via.
Meus olhos desviavam e paravam naquele amontoado de peças que eu nem reconhecia como minha e dele
Mas preferia prender os olhos ali naquelas ondulações de pele clara e cabelos leves, do que fechar os olhos e ver a dor opaca que o fantasma desenhava só para mim.
Terra seca.
Foi de repente que o fantasma quente resolveu me contar
Mas sua voz de carne me assustava a cada sussurro, e eu não podia escutá-lo, ainda que gritasse.
Sua voz espirrava suor, e a terra daquelas mãos virava lama, enquanto meus olhos suplicavam o fim dos dias, do sol, do mar.
Foi também de repente que o fantasma e todos os outros elementos pararam, e tudo se acalmava.
O sangue se transforma em pedra
Que tranca qualquer escape para que eu pudesse dizer que podia entender os desenhos do fantasma.
Adeus.
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