Ao encontrar seus olhos, os meus desviavam
Suava todo o pecado que me preenchia
E tirava a blusa de frio, culpando os outros por espalharem tanto
calor em um lugar
Malditos humanos.
E o tempo é algo realmente inadmissível.
Tudo o que o passado não pôde experimentar
Foi traduzido em horas comprimidas, em minutos alongados
Mas que não foram suficientes para que eu me desse conta
(...)
Você está deitado com a cabeça em meu colo
E eu me pergunto por que é que o momento errado sempre é o que faz
tudo acontecer
É na desordem que a verdadeira paz se manifesta
E eu sentia tudo isso ali, encostada em você, mas não com você.
Porque encostar não é nada que se possa fazer durar
E eu só podia encostar,
enquanto seus olhos me tocavam
E tocar é atingir e fazer soar
Atemporalmente
Qualquer coisa que me faça saber que está ali, em mim.
segunda-feira
quinta-feira
Pele
não quero mais minha pele, decidi arrancá-la
quero a flexibilidade inimaginável.
vou arrancar meus músculos para ficar mais leve
quem sabe o vento consiga me embalar..
quero arrancar minhas orelhas, meus ouvidos
quero sentir a música vibrar nos ossos.
quero tremer e ficar instável, insustentável.
não quero ter nariz
quero que os cheiros apareçam
quero que me consumam.
vou atirar pro alto meus olhos
que só absorvem o mínimo dos estímulos que me cercam
quero não ter nada para conseguir ver tudo
quero não ser vista.
não quero braços nem mãos
não quero agarrar
quero estar solta.
não quero pernas
pernas me fixam
eu prefiro a aflição de debater-me sem sair do lugar
vísceras pesam
quero morar no ar.
no lugar da minha boca, quero um grande poço sem paredes.
quero ser água cristalina
quero luzir.
quero estar.
quero ser um pensamento denso
que só existe quando alguém acredita.
quero não ser mais que uma existência leve
um punhado de nada com registros do todo.
nada além de uma composição frágil, volátil, imperceptível.
quero ser tragada.
mastigada.
modelada.
inalada.
quero ser desfeita.
desintegrada.
rasgada.
consumida.
por que não existe um verbo que agregue todos as sensações possíveis de serem experimentadas?
não quero mais minha pele, decidi arrancá-la.
quero a flexibilidade inimaginável.
vou arrancar meus músculos para ficar mais leve
quem sabe o vento consiga me embalar..
quero arrancar minhas orelhas, meus ouvidos
quero sentir a música vibrar nos ossos.
quero tremer e ficar instável, insustentável.
não quero ter nariz
quero que os cheiros apareçam
quero que me consumam.
vou atirar pro alto meus olhos
que só absorvem o mínimo dos estímulos que me cercam
quero não ter nada para conseguir ver tudo
quero não ser vista.
não quero braços nem mãos
não quero agarrar
quero estar solta.
não quero pernas
pernas me fixam
eu prefiro a aflição de debater-me sem sair do lugar
vísceras pesam
quero morar no ar.
no lugar da minha boca, quero um grande poço sem paredes.
quero ser água cristalina
quero luzir.
quero estar.
quero ser um pensamento denso
que só existe quando alguém acredita.
quero não ser mais que uma existência leve
um punhado de nada com registros do todo.
nada além de uma composição frágil, volátil, imperceptível.
quero ser tragada.
mastigada.
modelada.
inalada.
quero ser desfeita.
desintegrada.
rasgada.
consumida.
por que não existe um verbo que agregue todos as sensações possíveis de serem experimentadas?
não quero mais minha pele, decidi arrancá-la.
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