quinta-feira

Calo

A chuva estrala na minha janela
Os carros escandalizam seus infinitos trajetos
O vento incomoda o calor do meu corpo
As luzes, o cheiro, o turbilhão lá fora.

Aqui dentro, tudo quieto
Não que silêncio seja o mesmo que paz

(...)

Minha janela fica de frente para um mundo de ruas e seus asfaltos, carros, máquinas, janelas, olhares, antenas, céus, ares
Tudo isso sabe que existo?

Ando secreta pelas ruas, não procuro olhares. Como se meu silêncio pudesse se manifestar na pele... numa existência encoberta aos olhos alheios.
Devido ao barulho, silêncios podem muitas vezes passar despercebidos
Não que o pânico não possa provocar o mais insondável silêncio.

Um comentário:

spiritumm immoderatum disse...

thanx pelo coment, e obrigado por completar o mundo com palavras, narrar o cotidiano como vc narra é poesia, dura, real, e ao mesmo tempo lírica. Você me perguntou se era bobo, e eu te disse que bobo e eu te disse que bobo era quem não entendia. Best wishes